sexta-feira, 20 de março de 2015

A wise piece from a song

"Live a life that you will be remembered for the life you lived, not for the money you made".
 
In: "The Nights" of Avicii
 
               A frase acima supera a música que a carrega. Em todo caso, como a meu ver é mais importante coletar sabedoria em lugares quaisquer onde ela quis repousar, ao invés de priorizar a avaliação das fontes que a carregam, eu quis trazê-la para cá. 
              O fragmento deixa posto, de forma bastante incontornável e contundente, um fato que muitas vezes é afirmado, mas não admitido em essência, sinceridade e conscientemente; ei-lo: do quão é ínfimo o valor do dinheiro. Releia a frase da música. "Live a life that you will be remembered for the life you lived, not for the money you made".  Agora pense sem rodeios e falsidades: diante de uma vida em que a pessoa deixou lembranças pelo o que foi, o que fez, a vida que teve, com que valor o dinheiro ficaria? Que valor o dinheiro teria? Valeria algo, ou valeria mais, que o fato de uma existência bem vivida?
               Em outros termos, colocado o dinheiro paralelo a uma existência, a uma pessoa, tidas como célebres, o que mais vultuoso seria? Admitamos: uma vida célebre desvaloriza o valor do dinheiro. É isso o que o fragmento faz nesta frase; é isso que um valor de verdade faz com um valor falso: desvaloriza-o, mostra o que é verdadeiramente de valor.
              Ainda que um ser humano, e toda uma época e um sistema de vida valorizem o dinheiro como o sumo bem - como o faz a nossa vida moderna -, a questão permanece; é insistente: que valor tem o dinheiro diante de uma existência, uma pessoa lembrada pelos seus  atos, sua personalidade sábia, sua humanidade? O dinheiro é ínfimo; e é ínfimo diante do homem, de seus atos. O homem vale mais - parece uma afirmação óbvia, mas, não está esquecida? As ações humanas, isto é, o valor dos homens, é, e é constante e repetidamente, sobrepujado pelo valor maior dado ao dinheiro - pelo próprio homem! 
            Por decorrência do dito, surge outro fato, nítido, esperado: o homem torna-se ele mesmo ínfimo dando valor ao ínfimo dinheiro. Uma existência humana orientada para valorizar o que se faz/fez em vida, e não o que acumula/acumulou em bens é o que vale de fato, é o que torna grande, vultuoso um homem. É uma existência cuja lembrança ficará perpetuada de fato, pois não estará apenas na memória daqueles poucos que tiveram contato com ela, não ficará lembrada por um único elemento, característica, mas fundará modelos comportamentais para um época e uma história inteira e posterior. Serão os atos a ficar; os modelos de ser homem. O que fica é o homem, não os objetos que cultua, esses passageiros, de valor cultural, temporal e ... ínfimo.
              Eis o valor da vida; eis o que de fato tem valor: "a life that you will be remembered". O que vale o dinheiro?

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