quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Sobre o câncer

         Após um extenso e prolongado hiato, volto ao Brumas e às suas postagens. 
        Para compensá-lo, ou mesmo fazer jus à minha prolongada ausência, faço meu regresso trazendo um texto extenso, cujo conteúdo e as propostas de reflexões proporcionadas, poderiam facilmente preencher os momentos de reflexão dos meses de minha incúria do blogue. Trata-se da transcrição de uma palestra proferida por um médico holandês, H.C. Moolenburgh, na Livraria Pentagrama (um dos núcleos responsável pela divulgação da literatura da Escola Espiritual Rosa Cruz Áurea), em Haarlem, Holanda. 
     Se o fato de o texto apresentado ser veiculado por um canal religioso puder acender  preconceitos, ressábios ou receios prematuros, convido-vos a ignorá-los pelo menos enquanto atua o instante da curiosidade de prescutar a possibilidade de ler algo interessante sobre uma das doenças que mais presença tem tido nos últimos anos na vida moderna, o câncer.
       Muito já se palestrou, escreveu, debateu, ou mesmo discutiu em âmbitos informais, sobre os inúmeros paralelos entre as causas do surgimento da doença e o ritmo de vida contemporâneo. É justamente nessa linha que o artigo de Moolenburgh segue. O que sua palestra recobra de fundamental e precioso é uma sugestão à Medicina de procurar realizar diagnósticos e tratamentos globais da doença. Moolenburgh sugerirá tal visão do conjunto partindo do pressuposto de que algo que primordialmente caracteriza e possibilita a doença é o descuido da alimentação e da espiritualidade. E, que, portanto, para tratá-la, ou mesmo evitar as probabilidades de desenvolvê-la, é necessário partir exatamente ao cuidado de suas prováveis causas. Em uma palavra: para se evitar o possível surgimento do câncer é necessário um cuidado com a alimentação e a espiritualidade.
          É exatamente neste ponto que o texto de Moolenburgh faz uma associação entre a doença e a vida moderna. Como o desmazelo com a alimentação e a espiritualidade são as consequências mais diretas e notáveis da vida tumultada e ocupada de hoje, essa vida poderia trazer em germe as sementes para um futuro desenvolvimento da doença. Ao mesmo tempo, a ação contrária à força da doença, que se caracteriza pela atenção e o cuidado com a alimentação e a espiritualidade, nos livraria, em grande parte, das chances de contraí-la. 
          A luta pelo não desenvolvimento do câncer proposta por Moolenburgh, não é nada mais que uma abrangente, simples, atingível e natural sugestão à uma vida saudável - no amplo sentido psicossomático do termo. Ler suas concepções sobre a doença é descobrir a(s) enfermidade(s) da vida moderna e, simultaneamente, as curas para ela(s). Por essa razão, ele não deixa de ser um texto basal sobre o tema.
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"eu sou um herói" - H.C. Moolenburgh | Revista Pentagrama, 2012, nº5.

A palestra transcrita abaixo foi proferida duas vezes na Livraria Pentagrama, em Haarlem, Holanda, por H.C. Moolenburgh, médico, e atraiu um interesse impressionante. Nessa palestra, o dr. Moolenburgh comenta o seu livro U kunt meer Dan U denkt (Você pode mais do que imagina), que aborda tratamentos complementares para o câncer, aprofundando-se em numerosos aspectos que o buscador pode resumir como “aspectos práticos da nova atitude de vida”. O dr. Moolenburgh restringe-se fundamentalmente à sua especialidade, que é a Medicina, mas também aponta as consequências do modo de vida do homem atual. É com satisfação que reproduzimos essa palestra na revista Pentagrama. 

       Diante dos relatos contraditórios apresentados na mídia e em publicações especializadas, faz sentido fazermos a seguinte indagação: “Podemos dizer que a ocorrência de câncer aumentou?” Até recentemente as autoridades afirmavam que o aumento da incidência de câncer era uma consequência da longevidade da população. Porém, em agosto de 2011, de acordo com dados publicados, de repente ficou demonstrado que atualmente está acontecendo uma explosão que, caso se tratasse de uma doença infecciosa, seria considerada uma pandemia. No entanto, continua-se a dar destaque ao aumento da expectativa de vida e da idade da população. 
      Um dos lemas que adotei na vida, e que devo a uma jornalista inglesa cujo nome desconheço, é que “nunca se pode dar crédito a alguma coisa até que ela seja negada oficialmente pelas autoridades”. Isso se aplica totalmente à afirmação de que “o aumento da ocorrência de câncer deve-se, em sua maior parte, ao envelhecimento da população”. Fazendo uma retrospectiva dos meus quase 60 anos de prática médica, posso dizer que essa afirmação não procede. Realmente: em 1950, quando trabalhei como coassistente (fase prática do estudo de Medicina na Holanda) no setor de Medicina Interna do Hospital Universitário de Leiden, o câncer era uma doença que atingia principalmente as pessoas mais velhas. Em outras faixas etárias a ocorrência era menor, e o índice de câncer de mama em mulheres (mais velhas) era de 1 em 35, hoje é de 1 em 8-9. Se um paciente de 40 anos fosse acometido de câncer, dizia-se, em linguagem popular, que se tratava de “um câncer jovem”. Nos três meses em que trabalhei como coassistente no setor de pediatria, vi uma única criança com leucemia (era uma criança com síndrome de Down). Hoje a situação é completamente diferente. A ocorrência de câncer não só aumentou em termos absolutos e tornou-se até a causa n.º 1 de morte em 2008, como também vem atingindo cada vez mais as faixas etárias jovens. Agora, o câncer atinge as pessoas no auge da vida. E, no que diz respeito às crianças: meu terceiro filho trabalhou por 30 anos no mesmo setor de pediatria onde fui coassistente em Leiden e, suspirando, me disse: “Lá só tem leucemia”. Na minha juventude, era muito raro ouvirmos falar de alguém com câncer. Hoje, com certeza, a maioria das pessoas tem um parente ou alguém próximo que sofre dessa doença.
 
DEFINIÇÃO Qual a definição de “câncer” de acordo com a Medicina oficial? O câncer é basicamente “uma célula alterada que não para de dividir-se”. Também se fala bastante de “predisposição genética”. Chegou-se ao ponto de indicar a amputação dos dois seios em mulheres jovens que apresentavam muitos casos de câncer de mama na família – os médicos acreditavam ter encontrado “o gene maligno”. Que terapia preventiva extremamente radical! O tratamento totalmente direcionado às células alteradas e malignas não levou aos resultados esperados. No fundo, a Medicina oficial não sabe o que é o câncer.

TERAPIA E RESULTADOS Será que atualmente muito mais pessoas são salvas, de acordo com o que sempre se divulga? A terapia do câncer foi realmente aperfeiçoada a esse ponto? Quando fiz residência no Hospital Universitário de Leiden, o tratamento consistia em operação e radioterapia. Contra determinado tipo de câncer – o linfoma de Hodgkin ou câncer das glândulas linfáticas – injetava-se nitrogênio nas veias: essa foi a primeira forma de quimioterapia. Esse era o gás usado como antigo meio de combate na primeira guerra mundial! Os tumores diminuíam um pouco, porém, depois, as veias pareciam grossos cordões escuros. Ainda hoje, em essência, são estes os três pilares mais significativos da terapia convencional: bisturi, radiação e drogas venenosas. Hoje essas terapias estão muito mais refinadas e é possível controlar um tumor dessa forma. Mas será que essas terapias obtêm realmente o resultado que reivindicam para si? Para reconhecer o resultado negativo, basta olharmos ao nosso redor. As estatísticas mostram que a quimioterapia, por exemplo (sem considerarmos algumas poucas exceções como leucemia, câncer de testículo, linfomas de Hodgkin e não Hodgkin), não traz nenhum tempo de vida adicional nos casos que geralmente constituem causa de morte, como câncer de pulmão, de intestino e outros semelhantes. 
        A radioterapia dá resultados em certos tipos de câncer de pele e também pode ser eficiente na redução da dor no caso de câncer nos ossos. Mas, em geral, não se pode falar de uma terapia com ação curativa digna de nota. Também me pergunto se, com o tempo, uma radioterapia preventiva de largo espectro aplicada após uma cirurgia de mama também não tem consequências negativas, principalmente porque vi muitos casos de metástase justamente na área de radiação. Mas, no que diz respeito a operações, penso que um tumor deve ser removido sempre que possível. Pela minha experiência, os bons resultados estão principalmente nas operações eficazes.

TRATAMENTOS COMPLEMENTARES DO CÂNCER Ao lado da Medicina convencional para o câncer, também surgiu a Medicina complementar. Esta não deve ser vista como uma futura substituição dos procedimentos oncológicos, mas sim como um complemento útil. Sou a favor de um duplo procedimento. Existem referências importantes de que esse método, desde que bem empregado, aumenta as chances de cura. Infelizmente, essa terapia ainda não é reconhecida pela Medicina convencional, sendo mesmo duramente combatida, principalmente por aqueles que se uniram contra o charlatanismo. Eles afastaram-se de seu objetivo original e combatem a ferro e fogo os médicos cujos pensamentos sobre a Medicina diferem um pouco dos seus. Em minha opinião, o tratamento complementar também é muito bom para agilizar a terapia contra o câncer, que é tão rigidamente regulamentada.
 
UMA LACUNA NO PENSAMENTO Agora vou apontar uma grande falha na ciência médica atual, segundo minha avaliação. Nas culturas anteriores à nossa, os médicos também eram sacerdotes ou filósofos. Para eles, o conhecimento da Medicina fazia parte de uma visão de mundo abrangente. Assim, para os antigos chineses, os doze meridianos do corpo, pelos quais fluía a energia vital chi, faziam parte da ordem celeste. Qualquer perturbação nessa ordem causaria doenças. Assim, a acupuntura trazia equilíbrio e cura durdoura. Os antigos hindus conheciam os sete chacras, centros de força invisíveis no corpo, centros de prana, a mesma energia vital que concilia espírito e corpo. 
         Os antigos médicos europeus conheciam a teoria dos quatro humores vitais acrescidos do vis medicatrix naturæ (energia medicinal da natureza), que também seria essa quinta força misteriosa portadora de vida. A Medicina oficial de nossos dias não a conhece. O grande médico do século 16, Paracelso, também chamado pai da Química moderna, dizia que existem cinco tipos de Medicina:

1. De naturalæ (por meio do corpo). É o enfoque puramente físico, que geralmente atua de modo insuficiente para um restabelecimento prolongado. Essa é a nossa Medicina imediatista, que é eficiente em caso de uma fratura de perna, infecção aguda, na Odontologia, e assim por diante. Em doenças crônicas, ela chega a uma minimização do sofrimento, mas não à verdadeira cura.

2. De veneni (por meio das drogas). É o conhecimento das drogas, de substâncias tóxicas que nos ameaçam de fora (hoje principalmente por meio da poluição ambiental). Quando essa situação não contraria grandes interesses comerciais, alguém empreende alguma ação contra ela. Na realidade, a Medicina atual consiste nos itens 1 e 2.

3. De spirituale (por meio do espírito específico ativo nas plantas). Com essa expressão, Paracelso designa a força secreta invisível que está oculta nas plantas. Mediante um preparo
correto, o espirito curador da planta pode ser liberado. É o caso da Homeopatia.

4. De astorum (por meio dos astros). Não se trata de Astrologia. Na verdade, são doenças causadas pelo caráter das pessoas. De acordo com Paracelso, o caráter é estruturado em
conformidade com as linhas dos astros celestes. Às vezes a nossa Psicologia assemelhase a essa abordagem. Quanto ao tratamento do câncer, deve-se pensar sobretudo na terapia do psicólogo americano Lawrence Leshan, cujo livro O câncer como ponto de mutação já foi traduzido para o português.

5. De dei (por meio de Deus). São doenças que Deus consente que cheguem até nós para delas tirarmos alguma lição. Nesses casos, nós, médicos, somente podemos ajudar realizando o acompanhamento dos pacientes com compaixão. É, por exemplo, a assistência a crianças deficientes, a idosos em estado de demência, ou a pessoas com uma doença contra a qual nada podemos fazer. Esse tipo de assistência é bem organizado na Holanda. Todos já devem ter percebido que falta à nossa Medicina uma visão de conjunto. Na realidade, nossa ciência médica, em grande parte, consiste em uma ciência descritiva: resume-se no registro de nossa percepção sensorial com a ajuda de aparelhos. Infelizmente, às vezes, nossos sentidos nos enganam ou nos bloqueiam justamente quando deveríamos pensar mais a respeito do assunto.
 
DESCRIÇÃO DAS TERAPIAS COMPLEMENTARES CONTRA O CÂNCER Esta longa introdução foi necessária para esclarecer o que inclui exatamente a terapia complementar do câncer. Ela tem três pilares: o físico, o psíquico e o espiritual. Tratarei principalmente do primeiro, sobre o qual falarei com mais profundidade.
 
I A TERAPIA FÍSICA

Esta também se divide em três áreas:
 
A. A ELIMINAÇÃO DO TUMOR Este é propriamente o terreno da Medicina convencional: bisturi, radiação e drogas (e um pouco de terapia hormonal). Se, dessa forma, o câncer desaparecer, ótimo! Pode-se operar ainda? Sempre! Porém talvez vocês, com seu saudável senso comum, já tenham descoberto, melhor do que o especialista consagrado, que quando tentamos eliminar uma doença que vem de dentro por meio de operação, radiação ou drogas, estamos apenas nos enganando a respeito da existência de algo que está lá. Por essa razão, o câncer tem forte tendência a reaparecer. Também a terapia complementar conhece métodos de tratamento de tumores. Um deles, e certamente um dos mais bem sucedidos, é conhecido há mais de cem anos: a terapia das enzimas pancreáticas do professor Beard, elaborada pelo odontólogo dr. Kelley e aperfeiçoada pelo dr. Gonzales, médico em Nova York. Essa terapia, que não intoxica nem mutila, literalmente faz os tumores se desmancharem, além de, muitas vezes, também trazer resultados prolongados. No início dos anos 1920, o professor Beard foi ridicularizado, e Kelley foi ignorado com um dar de ombros. Gonzales foi perseguido sem piedade por mais de quinze anos pela corporação médica. Mesmo assim, esse método agora já vence lentamente essa resistência, pois seus resultados são muito notórios. Desse modo, a desintegração segura de tumores brevemente será possível.
 
B. A ORIGEM DO TUMOR Embora o câncer não surja do nada, a Medicina convencional sabe muito pouco a esse respeito. Imaginem que vocês possuem um campo cheio de margaridas. Isso significa que o terreno é rico em calcário, pois uma margarida pode fazer algo que nós homens não podemos: ela consegue transformar calcário em potássio, um rico nutriente, como descobriu o professor Kervran. Portanto, podemos concluir que o terreno desse campo é próprio para margaridas. Nosso corpo também tem um “terreno” e, quando ele é bom e saudável, a saúde floresce. Por outro lado, quando está poluído ou lhe faltam nutrientes, acontece a doença. Ora, o câncer surge com facilidade quando o tecido celular é ácido, quando o corpo está com muita eletricidade positiva (deficiência de elétrons) e poluído. Portanto, não acreditem que tudo “tem a ver com os genes”! Esse tipo de pensamento é fatalista: nossos genes não atuam em um cenário de decadência! Na verdade, eles mais se parecem com o teclado de um piano onde podemos tocar nossa própria melodia, e então vocês podem, na maioria das vezes, evitar a melodia do câncer. Não se esqueçam de que estão equipados com um sistema imunológico fantástico que, 24 horas por dia, extermina 100.000 células cancerosas, e, assim, elas não conseguem crescer. Porém, o modo como esse sistema imunológico trabalha depende do “terreno” do corpo. Agora é importante saber que uma célula cancerosa é uma célula em asfixia. Como há algo errado, a célula já não recebe oxigênio e começa a fermentar. Além disso, ela divide-se rapidamente, talvez para dar mais chance às suas descendentes. Mas, quando suas descendentes também estão doentes e quase se asfixiam, dividem-se rapidamente do mesmo modo. Assim, é como se as células cancerosas corressem da morte em pânico, multiplicando-se cada vez mais rápido! Essa situação precisa ser resolvida. Isso somente é possível pela insuflação de vida, como afirmou o velho Moerman, pois, quando a vida retorna, a célula pode respirar livremente outra vez, e interrompe essa proliferação. Mas de onde podemos obter a vida, esse quinto elemento? 

Uma regra geral é: “Somente a vida pode dar vida”! 

Onde encontrar esse admirável quinto fator, a quintessência, também chamada de chi, prana, vis medicatrix naturæ e, no século 20, denominada orgônio por Wilhelm Reich? Ela chega até nós vinda do sol, na forma de pequenos pacotes de luz chamados fótons, que são os portadores visíveis da vida invisível. 

O que fazem os fótons? Vou indicar duas de suas propriedades:
a. Eles fornecem estrutura. Eles fornecem ao corpo a informação para que as formas estejam em concordância com o plano geneticamente estabelecido, com base no ponto de vista funcional e harmônico. Como as células se comunicam entre si diretamente com o auxílio dos fótons, e estes têm uma velocidade de 300.000 km/s, o corpo é um todo coeso. Cada célula está exatamente no seu lugar. Portanto, os fótons também são portadores de informação.

b. Eles fornecem energia e vitalidade – resumindo, eles adicionam vida à matéria. A vida não deriva de um processo químico entre as moléculas: na verdade, ela é um fator absolutamente peculiar.
 
DE ONDE TIRAMOS A VIDA?
Diretamente da luz do dia que incide nos olhos (desde que não haja óculos entre eles e a luz). Além disso, ela vem das plantas cruas, saudáveis e frescas! Nas folhas verdes das plantas (bem menos naquelas que são tratadas com adubos artificiais e pesticidas) a luz do sol é capturada por meio da clorofila. É a partir daí, com dióxido de carbono (CO2) e água, que a planta produz açúcar. Depois, com o auxílio de minerais do solo, esse açúcar, esse alimento básico, é transformado emcarbo-hidratos, gorduras, proteínas, vitaminas etc. Portanto nós, homens (assim como os animais), somos “comedores de luz”! 
          Quem tomou essa fotossíntese como ponto de partida para suas regras de alimentação foi o famoso médico suíço Bircher Benner, terapeuta natural. Ainda sem ter conhecimento da existência dos fótons, ele afirmou que “o alimento que contém o máximo de luz é o mais saudável”. Ele dividia os alimentos em quatro categorias, em ordem decrescente de energia luminosa:
1. Todas as partes das plantas cruas frescas (naquela época o cultivo artificial ainda era raro)
são o alimento básico para o homem, ou seja: cereais, verduras, raízes, frutas, nozes, azeite de oliva obtido naturalmente etc.

2. a. Partes de plantas cozidas, refogadas ou fritas. Portanto, pão, legumes cozidos e frutas aquecidas. Nesse caso, a energia luminosa já se reduz um pouco.
2. b. Quando o alimento vegetal é ingerido por um animal, o tecido desse animal recai na categoria 2. Portanto, leite cru, bife cru, arenque cru. O leite cru, fresco, ainda contém muita energia luminosa – e isso pode ser demonstrado por fotos Kirlian. Infelizmente pasteurizamos todo o leite: assim, ele passa a pertencer à categoria 3. Mas, se adicionarmos a ele bactérias vivas, como por exemplo, no iogurte, podemos trazê-lo de volta à categoria 2. Um ovo cru pertence à categoria 2.

3. Quando fritamos a carne bovina ou o peixe (estou falando da maior parte dos peixes herbívoros) ou quando cozinhamos um ovo, esses alimentos perdem muita energia luminosa. Os gêneros alimentícios de categoria 2 são bons; já os da 3 devem ser ingeridos moderadamente e não todos os dias.

4. O animal herbívoro pode ser devorado por um predador. Então, esse predador traz em si tecidos da categoria 3. Na natureza, os leões, por exemplo, devoram primeiro os intestinos de suas presas: é que ali ainda se encontra bastante energia luminosa das plantas que foram parcialmente digeridas. Mas quem come feras carnívoras? Por que elas são um grupo isolado? A maioria do nosso povo é constituída de comedores de predadores carnívoros: lembrem-se que o porco, que é onívoro e devora de tudo, pertence à categoria 3 com relação a seu tecido. Mas como sua carne é frita, chega-se, assim, à categoria 4, na qual quase já não existe energia luminosa. No judaísmo e no islamismo a carne de porco é proibida.

5. De acordo com Bircher Benner, surgiu mais uma categoria com o açúcar refinado, o pão branco, gorduras saturadas como margarina, leite em pó, corantes e aromatizantes artificiais. Todos esses são meros aditivos e não alimentos. São até ladrões de luz e devem ser evitados! Ao lado dos alimentos portadores de luz existem bons complementos com bastante luz, como vitaminas naturais (é estranho, mas mesmo quando consta “biológico” na embalagem muitas vitaminas são, em sua maior parte, de produção sintética, como a vitamina B1, feita de alcatrão de hulha), e também o tomilho, poderoso portador de luz. É por isso que, nos dias mais escuros do inverno, o xarope de tomilho auxilia tanto nos casos de resfriado. Babosa, ginseng e alho também são grandes portadores de luz. Quando uma pessoa se alimenta de acordo com essas regras e ainda se movimenta suficientemente ao ar livre, luz, vida e oxigênio fluem para o seu interior. Assim, o resultado é ótima prevenção contra o câncer.
 
C. DEPURAÇÃO O terceiro pilar da Medicina complementar para o câncer é a depuração ou purificação. A Medicina convencional contra o câncer nada sabe a respeito disso. Depois de 60 anos de reflexão sobre esse tema, cheguei, por fim, à conclusão de que o conceito “câncer” pode ser condensado como o estágio terminal de intoxicação nos três planos da estrutura humana. Eis alguns exemplos de intoxicação física:

1. Na Holanda, na sexta semana após o nascimento, começamos a ministrar a nossos bebês uma grande quantidade de vacinas. Desde que, no dia 1° de outubro de 2011, a hepatite B foi oficialmente incluída no programa de vacinação, inocula-se em cada lactente, após seis semanas de vida, micróbios “domesticados” de seis doenças diferentes. As ampolas contêm ainda elementos nocivos – realmente muito nocivos. Em torno do 15º mês de vida, cada criança já recebeu cerca de 32 porções desses venenos; e isso acontece quando o cérebro e o sistema imunológico ainda não estão suficientemente maduros! O neurocirurgião americano dr. Russel Blaylock descobriu que nosso sistema imunológico não está em condição de lidar com o coquetel de doenças infecciosas que essas vacinas contêm. Ele reage com a produção de excitocinas que provocam inflamação crônica, principalmente no cérebro, e cada coquetel que vier a seguir provocará uma escalada desse processo. Desse modo, as vacinas não treinam, de modo algum, as assim chamadas neuróglias (células do tecido nervoso) do sistema imunológico, mas, na verdade, impõem a elas uma brecha permanente! Mais tarde, as inflamações cerebrais subclínicas (não identificadas do exterior) podem exteriorizar-se em uma verdadeira tempestade de perturbações comportamentais como as TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) que, desde as vacinações em massa, aumentou de modo explosivo, e o autismo (que, de 1992 a 2008, subiu de 1:100.000 para 1:125 e continua aumentando). Após a segunda vacinação, principalmente, percebemos também muitas inflamações corporais crônicas, como moléstias do nariz, da garganta e dos ouvidos, além de muitas doenças alérgicas. A vacina não é a causa direta delas, mas lança a base. Com nossos programas de vacinação em massa trouxemos realmente o cavalo de Troia para dentro de nossa vida.

2. Na agricultura, são empregados pesticidas massivamente. Um dos exemplos mais recentes é o imidacloprid, que está causando danos ao sistema nervoso central não apenas
dos seres humanos, mas também no das abelhas, que, por isso, já não conseguem encontrar
o caminho de volta para suas colmeias. É por isso que populações inteiras de abelhas estão desaparecendo em grande escala sem deixar vestígios.

3. Na Holanda, o flúor é misturado apenas na pasta dental, mas em dosagens fixas. Crianças pequenas engolem 35% dele. De acordo com Dean Burk e John Yiamouyiannes, nos estados americanos nos quais a água potável é fluoretada, apesar das inúmeras comprovações de danos à saúde, há um crescimento de 10% na mortalidade por câncer.

4. Metais pesados como alumínio, mercúrio, chumbo. Os dois primeiros são adicionados a algumas vacinas e, mesmo em quantidades bem pequenas por ampola, são muito prejudiciais.

5. Plástico. Ficou comprovado que o plástico não é neutro. Ele libera o nonilfenol, que age como hormônio feminino. Ele prejudica, entre outras coisas, a capacidade de procriação masculina! A poluição que o plástico provoca em nossos oceanos é gigantesca. Por meio da cadeia alimentar, toda essa poluição chega aos nossos pratos e, assim, podem provocar tumores relacionados aos hormônios.

6. O enorme aumento da radiação gerada pelas torres de GSM, e UMTS. As torres de GSM (Sistema Global para Comunicações Móveis) – portanto para celulares – e de UMTS (Sistema de Telecomunicações Móveis Universal) – isto é, para Internet móvel – são causadoras de câncer, por mais que esse fato ainda seja fortemente contestado. Também ocorrem muitos gliomas (tumores benignos no cérebro) em pessoas que telefonam frequentemente com o uso de equipamentos GSM e DECT (Telecomunicações Sem Fios Digitais Melhoradas) – telefones sem fio, por exemplo.Mesmo sendo benignos, os gliomas são perigosos devido à sua localização.

7. O inquietante aumento dos detritos radiativos que provocam câncer. O acidente nuclear no Japão foi 60 vezes mais grave do que o de Chernobyl – e esta catástrofe já havia prejudicado toda a Europa. A radiação vinda do Japão ainda não foi medida suficientemente. O que estamos desvelando aqui é apenas a ponta de um iceberg tóxico. É por essa razão que prescrevemos tratamentos de desintoxicação de grande amplitude para pacientes com câncer. Primeiro, porque todo adulto jovem já tem 1 kg de matéria tóxica acumulada no corpo. Segundo, porque a destruição do tumor libera muita matéria tóxica acumulada nas células tumorosas, e essa matéria atinge o sangue. A dra. Catherine Kousmine pressupõe até que os tumores são pequenas fábricas de processamento de venenos. Quanto mais veneno, mais câncer! Portanto, falamos resumidamente sobre a parte física. Mas ela diz respeito apenas ao corpo! O verdadeiro homem, que somos nós mesmos, é invisível. Ele consiste em alma e espírito. Não incluí-los na terapia é demonstração de negligência. Vamos, então, refletir sobre isso: nosso corpo visível é a expressão da verdadeira personalidade invisível. Este é um campo imenso! Vamos apresentar uma síntese.

II TERAPIA DA ALMA Notamos nossa alma através das emoções e de muitas outras formas. Existem em nós emoções construtivas, como amor, amizade, vivacidade, alegria, serenidade. Mas, em relação ao problema do câncer, é preciso falar sobre as emoções negativas como: ódio, cólera, ciúme, humilhação, ressentimento, e também medo, contrariedade prolongada, desesperança e sensação de inutilidade e improdutividade. Essas emoções negativas são saqueadoras de luz da alma. Elas a obscurecem, e isso tem efeito direto sobre nosso sistema imunológico. Assim, elas retardam a ação dos glóbulos brancos do sangue que, desse modo, mal conseguem detectar e combater as células cancerosas. Trata-se de emoções negativas longamente cultivadas, tão perigosas quanto fumar um pacote de cigarros por dia. É importante detectá-las – e isso não é simples, pois principalmente os pacientes com câncer são mestres em ocultar dos outros e de si próprios as emoções negativas. Em geral, são justamente pessoas amorosas, que querem contentar a todos. Por isso, reprimem com firmeza as próprias emoções negativas. Assim, não demonstram o que lhes acontece no interior. Leshan, o escritor que acabei de citar, diz que “elas passam a vida inteira seguindo a música dos outros e não conseguem cantar a própria melodia interior”. Ele conta muitas histórias de pacientes com câncer que, mesmo desenganados, curaram-se quando reencontraram a própria melodia e tiveram a coragem de expressá-la de novo. Nessa época que já não dá à alma seu direito e seu espaço, época que podemos chamar, com razão de “desanimada” ou “sem alma”, é especialmente importante dar ao paciente com câncer a oportunidade de contar a história de sua vida. Essa questão nunca é colocada na prática da Oncologia. Por isso, é comovente assistir como os pacientes ficam felizes e surpresos quando dedicamos tempo para descobrir quem eles realmente são.
 
III TERAPIA DO ESPÍRITO O campo espiritual é imenso: é um universo em si mesmo. Mas, uma vez mais, sou obrigado a restringir-me a um pequeno resumo. Assim como as emoções negativas intoxicam a alma, os pensamentos equivocados e as informações falsas intoxicam o campo do espírito, que é a consciência. A esse respeito mencionarei aqui um bestseller absoluto de 2011 na Europa: o livro Sie sind Ihr Gehirn (Você é seu cérebro). Rapidamente foram vendidos 100.000 exemplares e isso de um livro sobre o cérebro! É bem escrito, com suspense e pitadas de humor. Porém, qual a mensagem que o autor, Dick Schwab, divulga através de todo o livro?
- O espírito é um detrito do cérebro do mesmo modo como a urina é uma secreção dos rins.
- O livre-arbítrio não existe: é uma ilusão.
- Por esse motivo, a pessoa não é responsável por seus atos.
- A vida não tem sentido. O único sentido da vida é fazer que um sêmen consiga chegar até um óvulo.
      Na minha opinião, isso é desinformação absoluta! É a visão de mundo materialista, niilista, que mantém presos, como numa camisa-de-força, os nossos detentores do poder e grande parte do mundo. Hitler e Stálin também tinham essa concepção da vida. Foi essa concepção materialista que levou cerca de 100 milhões de pessoas à morte, pois Hitler usou-a como motivo (o direito do mais forte) para exterminar os judeus, e Stálin, para eliminar a pequena-burguesia. Não é minha intenção comparar o autor citado há pouco com esses assassinos em massa. Pretendo apenas mostrar aonde um pensamento desumano pode levar mesmo quando os que formularam esse tipo de pensamento nem sequer previam isso. 
      Esse modo de pensar, que é praticamente dominante, é ensinado a nossos jovens já desde a escola fundamental. A consequência é uma epidemia de sentimentos de desesperança e desamparo entre os jovens. A depressão, que já se manifesta em crianças bem pequenas, é chamada pelo psicólogo Coleman de “a grande doença espiritual do século 21”. Segundo Leshan, “o desamparo e a desesperança são as duas palavras- chaves para descrever o estado de espírito dos pacientes com câncer”. E o cirurgião Bernie Siegel descobriu algo que já era sabido na Antiguidade: esse estado de espírito já existe profundamente oculto na pessoa muito tempo antes de o câncer irromper. 
         Se negarmos obstinadamente a existência do homem metafísico, aquele que realmente somos, resta apenas o corpo. Então, ele “cai em si” no verdadeiro sentido das palavras, e aí a matéria começa a proliferar, do mesmo modo que a natureza quando, no outono, ela morre e fica cheia de fungos. É preciso fazer algo contra isso, pois a matéria é impetuosa, mas não tem existência própria. Ela apenas expõe à luz do dia o grande problema existente por detrás da doença, mostrando nossos erros fundamentais. Em minha opinião, uma das formas de prevenção do câncer mais importantes consiste em ensinar aos jovens, desde pequenos, que a vida tem sim um sentido, e que o Criador fez a vida com muito amor e cuidado. Por essa razão, uma das funções do tratamento complementar do câncer é buscar com o paciente o sentido da vida. 
        Uma das grandes tarefas à nossa frente é fazer com que o espírito desperte do coma profundo em que entrou. Pais e avós têm a imensa tarefa de atacar o espírito da época e dar novamente a seus amados filhos e netos pão espiritual ao invés de pedras. Para isso, obviamente, cada um deve educar a si mesmo – o que demanda muita coragem, pois quando nos voltamos contra o espírito dominante na época, ele se vinga! Mas o bom é que nós mesmos podemos criar coragem. Por essa razão dou a esta palestra, como lema para este conflito espiritual, as palavras do Profeta Joel, do Velho Testamento, de 2.700 anos atrás, que também foi uma época de grande carência espiritual: 
Forjai de vossas relhas espadas, e de vossas podadeiras
lanças. Que o fraco diga: “Eu sou um herói!”
(Joel 4:10).

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